Guess your dreams always end...

Guess your dreams always end, they don't rise up just descend

quinta-feira, 1 de julho de 2010

eu nunca choro a ver filmes...



...mas, depois de ontem ter visto o Before Sunrise, admito que hoje quase chorei com o Before Sunset. Estes filmes, tão simples e tão complexos ao mesmo tempo, tocaram-me mesmo. Queria tanto viver um amor como o do Jesse e da Céline... No primeiro filme adorei a conexão que houve entre eles, a maneira como eles genuinamente se sentiram bem e gostaram de estar um com o outro - parece-me que, comigo, isso é cada vez mais raro acontecer -, e principalmente, impressionou-me a maneira como eu própria senti a solidão que eles deviam estar a sentir quando se separaram depois daquela noite. E agora, no segundo filme, deu-me vontade de chorar ao sentir a angústia que eles deviam estar a sentir por não se terem encontrado, e como a vida poderia ter sido diferente, e como eles continuaram a amar-se depois daqueles anos todos, e a maravilha do reencontro... Acho que esta história me tocou especialmente por ter reconhecido muitos dos meus sentimentos e pensamentos nas conversas deles. Se, como o Jesse disse, nós já nascemos com uma espécie de formatação, eu, tal como a Céline, sou e serei para sempre insatisfeita, deprimida. Nunca estou exactamente onde quero estar nem com quem quero estar. E pior, sinto frequentemente que nunca vou conseguir realizar os meus sonhos, e isto atormenta-me e dá-me uma enorme vontade de chorar. Tenho a idade que a Céline tinha no primeiro encontro deles, quando estavam ambos a viajar de comboio pela Europa - não era altura de me acontecer algo assim? De ir viajar (o maior sonho da minha vida, que nunca pude realizar), de conhecer alguém com quem sentisse esta ligação, nem que tudo acontecesse também numa noite... E ainda por cima, sou uma pessoa extremamente nostálgica e saudosista. Estou constantemente a pensar no passado, talvez porque o passado eu sei como foi, o futuro não o posso adivinhar - enfim, toda a minha vida aconteceu no passado, é normal que pense mais nisso, não? E acho que aquilo que me deu mais vontade de chorar neste segundo filme foi mesmo o facto de eles relembrarem algo que os marcou tanto, há tantos anos atrás, e que não podem recuperar. Isso acontece-me tantas vezes, tenho tantas saudades das coisas boas que ficaram para trás, assusta-me tanto a passagem do tempo, assusta-me tanto o futuro, talvez porque estou numa fase da minha vida em que estou completamente perdida, e não faço a mínima ideia daquilo que vou fazer ou do que vai acontecer. Tenho tanto, tanto medo!... Sinto uma angústia tão grande cá dentro que tento evitar e não consigo - digo tantas vezes a mim mesma para viver o presente, depois logo se vê, mas o medo está sempre no meu íntimo a impedir-me de viver as coisas por inteiro. E o que é engraçado é que, como disse a Céline, eu também me sentia assim quando era mais nova, a minha maneira de ver as coisas não mudou. Mas a vida e o mundo mudaram, infelizmente, e cada vez mais tudo me parece mais confuso e pior.

Concluindo, são dois filmes excelente que aconselho vivamente a ver :)

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