Guess your dreams always end...

Guess your dreams always end, they don't rise up just descend

quinta-feira, 17 de março de 2011

Not winning

É óbvio que só tenho vontade de escrever quando estou triste, e sendo assim acho que é um bom sinal o facto de raramente cá vir. Mas hoje, sinto-me um bocado no limite. E se calhar vou-me repetir, mas se não puder desabafar aqui, que ninguém me ouve, onde vai ser? Por isso aqui vai.


Sinto-me perdida, perdida como nunca e sem ver nenhuma luz ao fundo do túnel. Tirei um curso que detesto e que não me vejo nunca a exercer, não só porque não gosto mas também porque as oportunidades profissionais para quem não tem dinheiro e cunhas são praticamente zero. Estou desempregada e não sei onde nem como procurar emprego, porque nas agências e nos jornais as únicas ofertas que vejo são para call center ou comercial a ganhar uma miséria (bem menos que o ordenado mínimo de que a geração à rasca tanto se queixa). Daqui vem um enorme problema, que é o facto de não ter dinheiro. Não tenho ajuda dos meus pais, não recebo nenhuma mesada, e obviamente o dinheiro não aparece do nada, que é o mesmo que dizer que não aparece de lado nenhum. Estou lisa, e muita sorte tenho ainda por ter uma casa para morar, cuja renda não é paga por mim. Já não sei o que é ter um pequeno luxo há que tempos, quanto mais um grande (isso na verdade acho que nunca soube). Não posso comer fora de casa, não posso ir a algum lado beber um copo, não posso ir ao cinema, comprar umas sapatilhas novas (as minhas estão rotas na sola há meses), nem sequer posso ir até à praia porque não tenho dinheiro para o autocarro. Isto deixa-me mesmo triste, estou na merda. Vejo todos os meus sonhos, principalmente o maior sonho da minha vida (viajar) a ficarem cada vez mais longe, se calhar nunca na vida os vou realizar. Se tivesse posses (era tudo tão mais fácil), adorava poder tirar outro curso, algo que realmente gostasse e talvez me desse saídas profissionais. Assim talvez conseguisse arranjar um emprego decente. Se tivesse um emprego decente, talvez tivesse dinheiro, e se tivesse dinheiro, talvez pudesse tirar o tal curso. É uma pescadinha de rabo na boca, um loop, e não consigo entrar nele. Não tenho dinheiro, não tenho curso, não tenho trabalho. Não sei por onde começar, nem como o posso fazer. E gostava de saber se isto é culpa minha (fiz algo de errado? Sou má pessoa? Não me esforcei o suficiente?) ou se simplesmente sou uma pessoa sem sorte (e se sou, porque é que nasci assim? Será karma de uma vida passada?). Mas, mais do que tudo, gostava de ter uma solução para o problema gigante que é a minha vida. E de preferência uma solução rápida, porque sinceramente já nem consigo dormir de noite com a preocupação e não sei até que ponto vou aguentar.

7 comentários:

  1. É sempre fácil para quem está de fora mandar postas de pescada, mas... aqui vai a minha, que tenho mais uns anos e se calhar pode ajudar:

    Também detesto a ideia de trabalhar em call centers e em vendas. Tenho horror, na verdade e, se estivesse numa situação de desemprego na minha área, mais depressa ia trabalhar a dobrar roupa ou até a fazer limpezas (falo muito a sério) do que atender telefones. Respeito imenso quem o faz, eu mesma já tentei fazê-lo e sei que não tenho estofo psicológico para isso.

    O que creio é que precisas de amealhar uns tostões, nem que seja num part-time desses. Escolhe um curso que te diga algo (não tem de ser universitário; já vimos que o canudo de pouco serve, por isso, mais vale optar por uma área que te interesse mesmo e fazer workshops, cursos livres, etc.).
    Voluntaria-te para estagiária por 1 mês (que isto de trabalhar de graça tem outro nome: escravatura) junto de alguém que seja cotado na área só para saberes como são as lides na prática. Depois, é começares a criar trabalho e nome, estudando a hipótese de trabalhar fora.

    É um processo lento, de 1 ou 2 anos, mas se criares um plano a seguir, talvez te sintas menos perdida e mais resoluta nas tuas metas.

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  2. obrigada pela sugestão :) o meu maior problema agora, penso, é que já trabalhei em vendas de produtos de telecomunicação e também concluí que não tenho estofo para isso. não consigo, odiei o tempo que passei lá. por isso não sei para onde me virar para conseguir um emprego em que consiga juntar trocos, porque todas as ofertas que vejo são para ganhar 200 ou 300 euros, o que torna impossível conseguir juntar dinheiro para investir em formação. Mesmo assim farto-me de mandar currículos para tudo o que vejo (por exemplo, atendimento ao cliente) e ninguém me chama. acho que se conseguisse juntar algum dinheiro teria força de vontade para procurar uma solução para a minha vida, mas assim vejo-me num beco sem saída, porque não sei por onde começar :(

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  3. A tristeza é efemera. Logo, logo isso passa.

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  4. Procura mais e mais e mais! Na net ha imensos sites de emprego. Podias tirar daquelas formaçoes financiadas, sao 3€ e tal por aula q te dão ou 4€, nao sei bem. Não pelos trocos mas ficavas com formação em mais qualquer coisa. Ha imensos centros desses! Procura em shoppings, nao é assim tao mau e lojas como a quebra mar por exemplo pagam muito bem...
    Espero q tudo se resolva rapidamente :)
    XOXO*

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  5. Sou tal qual a você. Toda vez que minha vida vai de mal a pior, o que nem sempre é raro, fico fazendo questionamentos, não são sobrenaturais como os teus, mas limitam-se a Deus mesmo. Começo a me questionar o porquê de pessoas tão más estarem bem e as que muitas vezes não são tão más, pois todos temos nossa cota de maldade, estão tão bem, disfrutando da vida. Entendo-te como ninguém e não sou bom conselheiro para estas coisas, só espero que tudo passe e que consiga chegar adiante. O que me deixa bravo são pessoas dizer que dinheiro não é tudo...

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  7. Olha, pelo que vejo por aqui tu tens talento...tenho para mim que e uma questão de tempo.... Escreves bem e isso não e para todos...

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